O homem não vive somente de pão; a História não tinha mesmo pão; ela não se alimentava se não de esqueletos agitados, por uma dança macabra de autômatos. Era necessário descobrir na História uma outra parte. Essa outra coisa, essa outra parte, eram as mentalidades\" Jacques Le Goff

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

PROJETO OLHARES V - TEMA: Sou Índio, sou raça, sou Brasil.

PROJETO OLHARES V

TEMA:  Sou Índio, sou raça, sou Brasil.

DADOS DE INDENTIFICAÇÃO

ESCOLA: Colégio Estadual Fred Gedeon
NÍVEL DE ENSINO: Fundamental II e Ensino Médio
SÉRIE: 9º Ano ao 3º Ano do Ensino Médio
DISCIPLINAS ENVOLVIDAS- Artes, Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências/Biologia, Redação)
DURAÇÃO DO PROJETO: Abril a Novembro
 
Introdução

A presença dos índios no território brasileiro é muito anterior ao processo de ocupação estabelecido pelos exploradores europeus que aportaram em nossas terras. Segundo os dados presentes em algumas estimativas, a população indígena brasileira variava entre três e cinco milhões de habitantes. Entre essa vasta população, observamos o desenvolvimento de civilizações heterogêneas entre as quais podemos citar os xavantes, caraíbas, tupis, jês e guaranis.

Geralmente, o acesso às informações sobre essas populações são bastante restritas. A falta de fontes escritas e o próprio processo de dizimação dessas culturas acabaram limitando as possibilidades de estudo das mesmas. Em geral, o maior contato desenvolvido entre índios e europeus aconteceu nas faixas litorâneas do nosso território, onde predominam os povos indígenas pertencentes ao grupo tupi-guarani. Apesar das várias generalizações, relatos do século XVI esclarecem alguns hábitos desse povo.

Sob o ponto de vista político, essas comunidades não contavam com nenhum tipo de organização estatal ou hierarquia política que pudesse distinguir seus integrantes.
A realização das tarefas cotidianas poderia variar segundo o gênero e a idade de cada um dos integrantes da aldeia. Em suma, as mulheres tinham a obrigação de desenvolver as atividades agrícolas, fabricar peças artesanais, processar os alimentos e cuidar dos menores. Já os homens deveriam realizar o preparo das terras e as atividades de caça e pesca. Tendo outro modelo de organização familiar, os índios organizavam casamentos e, em algumas situações, a poligamia era aceita.

No campo religioso, alguns desses povos acreditavam na existência dos espíritos, na reencarnação dos seus antepassados e na compreensão dos fenômenos naturais como divindades. Em diversas situações, esse corolário de crenças era fonte de explicação para a origem do mundo ou a ocorrência de algum evento significativo. Em alguns casos, os índios praticavam a antropofagia como um importante ritual em que os guerreiros da tribo absorviam a força e as habilidades dos inimigos capturados.
A  partir daí, a  lei 11.645 acrescentou a obrigatoriedade do ensino da cultura e história indígena à lei 10.639, de 2003, responsável por inserir a história afro-brasileira e africana nos currículos escolares. A intenção é fazer com que as questões indígenas e afro-brasileiras sejam abordadas em disciplinas como Educação Artística, Literatura e, claro, História do Brasil. 

Sabendo da existência e da importância da lei 11.645, vale ficar de olho no que as instituições de ensino estão fazendo para cumpri-la.

E PORQUE A  LEI 11.645 É RELEVANTE?
Por que ela mostra a importância dos indígenas para a construção da identidade brasileira. Apesar serem hoje poucos no país, os indígenas influenciaram - e muito - a cultura de todos os brasileiros. "Ninguém vive isolado absolutamente, fechado entre muros de uma fortaleza. Em qualquer caso, os povos se influenciam mutuamente", diz o professor José Ribamar Bessa Freire, coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, sobre a chamada interculturalidade brasileira. E o que é a interculturalidade? É justamente o resultado da relação entre culturas, como aconteceu no Brasil entre os indígenas, os africanos e os europeus.

Justificativa

Os povos indígenas têm grande importância para a história do Brasil, por terem manejado os recursos naturais de maneira branda, ou seja, por mais que não fossem “naturalmente ecologistas”, trataram o meio ambiente de forma que não fosse afetado. Apesar de sua importância, os mesmo ainda são discriminados pela sociedade e ainda lutam pelo direito de morar em suas terras, conhecido como processo de demarcação.
Segundo os estudos da Escola Vesper:
“ O encontro de raças caracterizou-se por um grande massacre não só de vidas, mas de uma belíssima cultura. Extinguiu-se línguas, mitos, costumes, conhecimentos, técnicas e artefatos. Sem dúvida um patrimônio cultural que jamais será recuperado. Na realidade podemos afirmar que desde a chegada dos portugueses no Brasil até os dias de hoje, tem havido uma luta constante contra o índio. Luta na qual só existe um ganhador. A vitória é daquele que se julga civilizado.”
Nota-se que em certas localidades onde há pouca aproximação e contato com as  tribos, os tribos são enaltecidos. E quando há um grande contato os índios , a sociedade é pouca valorizada, e muitas vezes, desprezada pela sociedade urbana.
Faz-se necessário a compreensão de que os índios abrangem populações muito diferentes entre si, que a categoria não se define somente por oposição aos brancos ou como um grupo homogêneo. É necessário entendê-los e respeitá-los. Suas organizações são diferenciadas  do ponto de vista de costumes, organização, estruturas habitacionais, línguas, porte físico e vários outros aspectos. Enfim é necessário compreender estas diferenças, conhecê-los a fundo para buscar as soluções que garantam sua prosperidade futura e assegurem-lhe o direito de viver de acordo com seus costumes.
E mais ainda, através desse projeto iremos:
- Analisar aspectos do “encontro de culturas” protagonizado por portugueses e nativos brasileiros.
- Compreender mudanças na cultura nativa surgidas pela exploração de pau-brasil e pela convivência com os missionários jesuítas. 
- Respeitar a forma de viver, os valores e as necessidades dos povos indígenas.

Estratégias

Pesquisa e apresentação/discussão sobre a história dos povos Indígenas.
Criação de maquetes e reprodução de obras referentes ao tema em questão.
Conhecimento e confecção de artes da cultura indígena.
Demonstração do variados tipos de coreografias do povo indígena.
Demonstração dos costumes, hábitos alimentares, palavras, lendas e crenças.
Pesquisar os principais alimentos e culinária dos índios.
Apresentação de peças teatrais sobre o tema.
Apresentação  de vídeo sobre os povos indígenas.
Análise dos aspectos do encontro de culturas que foi prortagonizado por portugueses e nativos.

Objetivo Geral:

- Promover uma discussão acerca da diversidade étnica, social e cultural no Brasil.
 -Perceber a formação social de um grupo, seus hábitos e sua integração com o mundo que o cerca. A relação do homem com o seu habitat, com seu grupo, utilizando dos recursos de que dispõe para a sua sobrevivência.
- Compreender as relações de tempo, espaço e cultura e sua influência na identidade social do povo brasileiro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Levar o grupo a uma reflexão sobre o “diferente” e o “igual”.
- Levantar questões comportamentais pertinentes à diversidade social e cultural no Brasil.
- Perceber  que faz parte deste contexto social e que carrega heranças desta diversidade.
- Mostrar como os povos indígenas viviam, vivem e como produzem sua arte;
- Dar ao aluno, a possibilidade de vivenciar e experimentar, as etapas de construção do grafismo indígena de forma a concretizar o estudo e contextualizar a produção artística;
- Produzir artes indígenas: grafismo do corpo e cerâmica; trançados.
- Valorizar as manifestações artísticas dos indígenas brasileiros
- Perceber a identidade indígena como parte integrante e formadora do povo brasileiro
- Compreender a expressão das manifestações culturais das tribos indígenas e sua função

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
1º MOMENTO: Pesquisar e apresentar e/ou discutir sobre a história dos povos Indígenas.
2º MOMENTO: Assistir o vídeo sobre  “O povo Brasileiro” de  Darcy Ribeiro para discussão sobre os índios de hoje e ontem.
3º MOMENTO: Pesquisar e Conhecer sobre as  artes da cultura indígena.
4º MOMENTO: Pesquisar e fazer demonstração de alimentos e culinária indígena
5º MOMENTO: Pesquisar e Demonstração dos costumes, hábitos alimentares, palavras, lendas e crenças.
6º MOMENTO: Arte indígena: Grafismo corporal e cerâmica; Produção de grafismo. Origem da tintura.
7º MOMENTO:  Lendas indígenas: Leitura e representação e produção textual.
8º MOMENTO: Arte indígena: Trançados e tecelagem.
9º MOMENTO: Música e dança indígena .Vídeo  da dança, onde farão uma apresentação de coreografia.
10º MOMENTO: Reprodução dos grafismos em telha ou jarros de barro.
11º MOMENTO: Exposição e apresentação no PROJETO ( Culminância – Mês de Novembro).

DISPOSIÇÃO DOS GRUPOS:

1.   A História dos índios: antes da Chegada dos portugueses. Como viviam?
2.   A História dos índios: Como vivem atualmente? Lutas e desafios.
3.   Arte indígena: grafismo corporal, cerâmica, origem da tintura.
4.   Arte indígena: Trançados e tecelagem.
5.   Costumes, lendas, crenças, alimentação (culinária).
6.   Música e dança indígena. Obs.: Pontuar a cerimônia do Kuarup.

Avaliação

Professor, na perspectiva de uma avaliação contínua e processual, é importante observar o interesse, a participação e se novos conhecimentos estão sendo produzidos. Além disso, o quadro comparativo do 12º momento será também um grande aliado, mostrando para os próprios alunos tudo o que aprenderam, socializando os conhecimentos e valorizando a aprendizagem.
Para este momento, observe também quais alunos não falaram, instigando-os a expor seus conhecimentos construídos, mesmo que apresentem um pouco de timidez. Por fim, quanto ao trabalho de campo, verifique se foi significativo.

Sugestão de sites:


Bibliografia:






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